
A psicologia tem o objetivo de compreender o ser humano em sua completude, necessitando, portanto, relevar todos os aspectos que o perfazem. Desta maneira, toda e qualquer investigação sobre a estrutura comportamental precisa abarcar a religiosidade - um fenômeno sócio-histórico essencial para a compreensão do psiquismo.
A concepção de religiosidade será definida a partir da Teoria da Psicologia Analítica concebida por Carl Gustav Jung. Para o referido autor, o racionalismo e o materialismo podem provocar no homem um distanciamento e até mesmo a negação dos elementos transcendentes.
Diante de um contexto histórico a enfatizar em demasia a ciência e a razão, o que resultou um importante progresso científico e tecnológico, o homem ocidental passou a negligenciar determinadas manifestações da alma humana (a exemplo da religiosidade), de maneira a distanciar o ego de suas origens (Self) gerando seres humanos estranhos e alienados a si - próprios. Esta última é estudada por Jung não com o fito de comprovar a existência de seres divinos, mas como realidade psíquica, presente quer nas mais antigas tradições e civilizações, quer em face do moderno.
Desta forma foi selecionada a religião do Candomblé com o intento de que se mostre a importância e o significado da aproximação dos brasileiros desta expressão religiosa, embora muitos destes negligenciem esta ancestralidade espiritual, que se faz presente, ao menos enquanto realidade psíquica vivenciados principalmente, através dos símbolos existentes na cultura brasileira.